quarta-feira, 21 de abril de 2010

Uma breve reflexão sobre o dízimo - Moisés Oliveira

Que o amor de Cristo seja derramado em tua vida!

O texto que segue abaixo foi um comentário que eu postei em uma comunidade do orkut (Comunidade Fruto do Espírito, no tópico 'Dizimar não é uma doutrina cristã'). Acredito que esse texto possa clarear um pouco, ainda que resumido, acerca de falsos ensinamentos sobre o dízimo (isso inclui as tais "primícias" que alguns dizem ter recebido revelação do Espírito Santo. Não estou aqui para julgar e nem condenar ninguém (Deus é o Justo Juiz), pois sei que posso colher aquilo que eu plantar (Mt 7.1; Gl 6.7), mas a Palavra do Senhor nos ensina que toda profecia deve ser confirmada dentro das Escrituras e que devemos provar se os espíritos procedem de Deus (I Jo 4.1; II Pe 2.1-3; Tito 1.10-16; II Tm 2.14-26; I Tm 6.3-10; Ef 3.17-21; 4.1). Não se pode adotar um versículo isolado, sem o seu contexto, e criar uma doutrina dizendo ser de Deus e nem tão pouco buscar leis e promessas construídas para uma outra nação, séculos atrás, e trazer para os dias atuais sem ao menos se dar o trabalho de fazer uma exegese detalhada para entender o propósito de Deus para aquele período e para aquele povo. Pretendo, logo em breve, escrever um artigo detalhado sobre esse tema, mas no momento, acredito que essa síntese do que tenho pesquisado, estudado e meditado, sob a orientação do Santo Espírito, servirá como luz para iluminar os que, porventura, estejam em trevas e que a verdade seja conhecida por todos, afim de que sejam libertos pela Palavra. Leia o texto. Depois, tire as suas conclusões.

Saudações musicais em Cristo,

Moisés Oliveira, discípulo de Cristo.


"Queridos, graça e paz do Senhor Jesus!

Não quero ser redundante nas minhas palavras, pois depois de ter lido os comentários aqui postados, percebo que Redleh e Célio compartilham de uma opinião semelhante a minha - com base bíblica. Porém, acredito ser necessário, em alguns pontos, salientar determinados detalhes.


O primeiro homem a dizimar foi, de fato, Abrão (Gn 14.20b) - Deus ainda não havia mudado seu nome para Abraão. Apesar de (o dízimo) não fazer parte dos 10 Mandamentos, ele faz parte do Velho Testamento, da Velha Aliança. Devemos lembrar que além dos mandamentos, o Senhor instituiu diversas leis (Êx 20, 21 e 22) - acerca dos altares; dos servos; da violência; da propriedade; civis e religiosas. Além disso, Deus ordenou outros deveres e obrigações, tais os deveres dos juízes, a questão das festas, o Ano de Descanso, Ofertas (de diversos tipos) e sacrifícios (vários), a construção do Tabernáculo e seus utensílios etc. (Ler apartir de Êxodo 23 e o livro de Levítico - o mais completo sobre as leis). Se analisarmos a história de Israel (do livro de Êxodo ao livro de Malaquias - que não obecede a uma ordem cronológica), veremos que o povo (assim como todos nós, ainda hoje, fazemos) passou por diversos momentos em relação a Aliança com Deus, com altos e baixos, muitas vezes esquecendo-se da própria Aliança e seguindo a deuses estranhos. Deus, pela sua misericórdia, falou, através de vários profetas (Jeremias, Isaías, Oséias, Ezequiel etc.), para que o povo se arrependesse dos seus maus caminhos e se voltasse para ELE. Através de Malaquias (que pode ter sido Esdras ou Neemias), Deus pronunciou sua sentença contra Israel, reprovando a conduta dos sacerdotes, os quais estavam profanando o altar do Senhor com ofertas imundas (animais com manchas etc.), além deles (os sacerdotes) terem abandonado suas esposas e mantendo união sexual com outras mulheres. O povo tinha esquecido das leis e dos mandamentos do Senhor. Nesse período, eles estavam sob o domínio dos persas, tendo se contaminado pela cultura, crenças e práticas desse povo. Foi nesse contexto que Deus falou para Israel com o objetivo de restaurá-lo, para que o Senhor pudesse realizar os seus intentos, pois o mesmo é Fiel e não poderia negar suas promessas, mas era necessário que o povo se santificasse, pois Deus não habita onde há pecado. O versículo 8 de Mal. 3, que todos conhecem, está inserido nessa rebeldia em que o povo vivia e, de fato, era necessário entregar os dízimos e as ofertas, para que eles não fossem amaldiçoados, conforme está em Levítico. O devorador tinha força para consumir o fruto da terra nesse período.


Agora vem a melhor parte.


O Apóstolo Paulo (Nos livros aos Romanos e Gálatas, principalmente) diz que fomos justificados pela fé em Cristo (todos os que crêem), e que ninguém será justificado pelas obras da lei, mas pela graça, mediante a redenção em Cristo Jesus. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se Ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro), para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios (nós), em Cristo Jesus,a fim de que recebêssemos, pela FÉ, o Espírito prometido." Gl 3.13,14


Se Cristo nos resgatou, logo tudo que estava na lei, inclusive os dízimos (não como lei, mas como ordenança para aquela época), foi anulado pelo seu sangue. O tal devorador, que muitos ainda têm medo, foi despojado, na Cruz do Calvário, pelo Sangue de Jesus (Cl 2.15). No período de Malaquias, não havia a redenção em Cristo, então, era necessário que o povo entregasse os dízimos e cumprisse todos os mandamentos, leis, estatutos e ordenanças de Deus, além de todo sacrifício de sangue (de animais, principalmente o cordeiro). Mas o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, foi morto e ressuscitou e através do Seu Sangue vivemos em uma Nova Aliança com Deus, não mais debaixo de leis (que foram ordenadas para o povo judeu), mas pela graça. Nós somos gentios alcançados pela graça. Se continuarmos praticando os ritos judaicos, estaremos anulando o sacrifício de Cristo na Cruz, ou seja, através das nossas atitudes estaremos confessando que Cristo morreu em vão. Queridos, não vamos ressuscitar a lei para não pisarmos na graça de Cristo.


No Novo Testamento, os textos que aparecem sobre dízimos são somente referências, nada de ordenança (Mt 23.23; Lc 18.12;Hb 7.2-9). Isso não implica que não devamos cultuar ao Senhor com nossos bens. O que a Palavra nos ensina acerca disso, na Nova Aliança, é "que cada um contribua segundo propôs no seu coração; não por tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." (2 Co 9.7). Muita gente dizima, hoje, por necessidade, querendo receber algo em troca, ou com medo de tal devorador. Se fosse assim, o devorador já teria levado tudo de todos aqueles que não dizimam e que nem mesmo conhecem ao SENHOR. A Bíblia também nos ensina que "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário." (I Tm 5.17,18). Isso implica que aqueles que dedicam as suas vidas na pregação da Palavra e no ensino da mesma devem ser remunerados sim. Observem, porém, também que há um advérbio nesse versículo que não são todos que devem ser honrados, mas os que governam (presidem) BEM. Paulo, em I Cor 9.14, diz: "Assim ordenou também o Senhor aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho." (observem também nesse mesmo texto a posição de Paulo em relação a isso). Jesus Cristo também disse: “...porque digno é o trabalhador do seu alimento (salário)." (Mt 10.10b)


E para finalizarmos, podemos observar como viviam os cristãos primitivos acerca desse tema, no relato de Atos 2.42-47, em que eles vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre TODOS, à medida que alguém tinha necessidade. Então, queridos, hoje, como gentios ou judeus convertidos em Cristo Jesus, vivemos em um Novo Pacto, uma Nova Aliança, em que a graça de Deus foi derramada sobre as nossas vidas e não precisamos voltar aos rudimentos de práticas judaicas, as quais não podem salvar as nossas almas, mas devemos amar a Deus e ao nosso próximo, contribuindo e ajudando a Igreja, que somos nós, o Santuário do Espírito Santo, naquilo que o nosso coração desejar, não por medo, nem por constrangimento, nem com o objetivo de recebermos algo em troca, mas por gratidão a Deus e pela consciência bíblica que temos, em manter o serviço do evangelho, sem importar o valor percentual da contribuição, seja 10% ou qualquer outro valor (mais ou menos que 10%), contanto que seja de coração e com alegria.


Que a cada dia, possamos crescer na graça e conhecimento do Senhor Jesus, cumprindo o "IDE" de Cristo no fazer discípulos e ensiná-los a Palavra de Salvação.


Saudações musicais em Cristo,


Moisés Oliveira, discípulo de Cristo Jesus.


Obs.: Recomendo leitura e estudo aprofundado (sob orientação do Espírito Santo) dos livros de Romanos, Gálatas, Tessalonicenses, Timóteo, e Hebreus. Depois dessas leituras, voltem ao Antigo Testamento e estudem Êxodo, Levítico, Os livros dos profetas (maiores e menores)."


"E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará." Jesus Cristo (Jo 8.32)

"Disse-lhe Jesus: 'Eu sou o Caminho, e a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim'" (Jo 14.6)

Apenas pra começar...começou!

A paz de Cristo seja abundante em teu coração!


São 03h10min (madrugada). Eu, Moisés Oliveira, resolvi, enfim, dar início aos meus primeiros escritos no Blog "É Permitido Pensar". Quero confessar que, há muito tempo, venho desejando publicar aquilo que penso, acredito e vivo, inclusive acerca de alguns temas que têm permeado a nossa sociedade, sejam eles de cunho secular ou religioso, com a intenção de contribuir para um mundo melhor, através dos ensinamentos de Cristo Jesus, ajudando e sendo ajudado, pois penso que é através da ajuda mútua que caminharemos rumo ao crescimento moral, resgatando valores outrora perdidos, e avançando em AMOR, porém sem restringir nenhum tipo de pensamento, ainda que não concorde com o mesmo, pois como disse Voltaire, filósofo iluminista francês: "Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas, defenderei, até a morte, o seu direito de dizê-las."; O próprio Deus, com todo o seu poder, nos deu o direito do livre-arbítrio para tomarmos as nossas decisões (inclusive de aceitar, ou não, a pessoa de Jesus em nossas vidas). Sendo assim, nós temos, então, o direito de manifestarmos os nossos pensamentos, pois afinal "É Permitido Pensar."


Acredito que, com o rápido avanço tecnológico que acontece no século XXI, as ideias, pensamentos, filosofias, estilos de vida e qualquer outra forma de manifestação intelectual (e espiritual) tornaram-se muito mais acessíveis, principalmente na internet, para os leitores quanto a difusão de conceitos e ideologias por parte daqueles que se propõem a escrever. Então, quero aproveitar, o máximo, essa ferramenta que disponho e espero que, de algum modo, os meus textos possam acrescentar algo em tua vida.


Eu necessito, antes de concluir essa introdução, deixar claro que não pretendo aqui discutir sobre religião (no sentido de denominações), até porque acredito que a religião acaba destruindo o homem (exemplos disso são: 1.Os conflitos no Oriente Médio - claro que há, também, outras causas como: política, econômica, étnicas etc; 2.O Brasil, apesar de ser um país laico, ainda existe um "pouco" de intolerância religiosa, principamente contra as religiões de matrizes africanas, além das "guerras doutrinárias" entre os próprios "evangélicos"), muitas vezes o impedindo de pensar. Posso não aceitar a sua prática religiosa, mas tenho o dever de te amar (mandamento de Cristo) e de te respeitar (direito constitucional brasileiro). Ser cristão ou evangélico, hoje, perdeu o sentido, tornou-se vergonhoso diante dos atos de muitos. Os mesmos não querem seguir a Cristo, mas almejam receber somente as "bênçãos". Interesseiros religiosos influenciados por um sistema capitalista neoliberal camuflado nas igrejas. Por isso não sou cristão e nem evangélico. Sou de Cristo. Congrego com meus irmãos em Cristo, mas tenho a consciência que a Igreja é um órgão vivo e espiritual e não um templo construído por engenheiros e arquitetos. A Igreja somos nós, o Corpo de Cristo. Acredito em Deus; Creio, com meu coração, e confesso, com os meus lábios, o Senhor Jesus; Tenho o Espírito Santo. Sou discípulo de Cristo Jesus. Já disse que não pretendo discutir religião, pois cada um segue aquilo que pensa ou acredita, porém, discutirei sobre práticas e ensinos, sejam religiosos ou não, concordando ou confrontando-os, para que aqueles que o Senhor escolheu tenham o conhecimento e sejam salvos (Atos 1.47).

Saudações musicais em Cristo,

Moisés Oliveira, discípulo de Cristo Jesus.

"Disse-lhe Jesus: 'Eu sou o Caminho, e a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.'" (João 14.6)

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
Art. 5º
Inciso IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o animato;
Inciso VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício de cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.